REFLEXÃO FILOSÓFICA
INATISMO E EMPIRISMO.
O inatismo ou empirismo? A filosofia a fim de responder a diversos
questionamentos, tais como, de onde veio o principio racional, a capacidade
para a intuição e o raciocínio, se nascemos com eles ou vem de uma forma da
coerção, pelo campo da experiência, bem como quais das razões devem compreender
como a “verdadeira” razão, para esta problemática, foram oferecidas pela
filosofia duas respostas:
-A primeira é o inatismo, na qual afirma que a razão já nasce conosco, e
que junto a ela trazemos todo o principio racional como assim algumas idéias
verdadeiras, sendo estas idéias inatas.
-A segunda é o empirismo, que ao contrario do inatismo afirma que a razão
não nasce conosco, mas com a experiência é que adquirimos todos os princípios,
todos os procedimentos das idéias.
Bem, quem é que está certo? Vejamos.
O inatismo afirma que todo ser humano nasce com idéias verdadeiras, que
tais idéias herdamos como descreveu Platão, que ao retornarmos do reino dos
mortos passamos por um vale, na qual fica a fonte do esquecimento; e que todos
bebem do líquido que irá dar a cada qual sua razão inata, os que desta fonte ou
rio bebem por abundância, tal líquido, esquecerão tudo o que aprenderam em
outras vidas, ficando esses sem saber toda verdade que adquiriram em outras
vidas; já quem beber pouco deste líquido, trará consigo toda a verdade que herdou
em outras vidas, tornando-se sábio e usando toda essa razão herdada, pois ao
contrario dos primeiros, são capazes de lembrar tudo que acumularam em sua
razão inativa.
Para o filósofo Descartes, as idéias inatas partem de um ser supremo, um
criador, e que a razão é uma luz natural inata que nos permite conhecer a
verdade; para ele somente esta força superior tem o verdadeiro poder para
passar a todos os seres humanos; então vejamos, o princípio fundamental do
inatismo está na pureza do ser superior, que nós nascemos com a benção e o
conhecimento racional verdadeiro que nos é passado conforme o nosso merecimento,
que temos, portanto a percepção do que é certo ou errado conforme nossa
evolução. Segundo Platão, ao bebermos a água do esquecimento, e a de Descarte
através do ser supremo, nos é passado conforme o estágio que estamos em nossa
evolução espiritual (segundo o meu entendimento).
Já o empirismo nos afirma o contrário, que a experiência é a única fonte do
conhecimento e que não há idéias inatas, que nossas mentes
se encontra vazia antes de receberem qualquer tipo de informação sensorial, e
que todo o nosso conhecimento acerca dos fatos, mesmo as coerções que nos são
passadas, vem da experiência e, por isso, só existe dentro dos limites da
observação, que tudo isto conduz a um probabilismo ou mesmo a um cepticismo.
Com isto tudo os empiristas em sua concepção, nos dão a noção que ao nascermos
não estamos contemplados dos ensinamentos (razão) que, segundo Platão e
Descartes, adquirimos antes de nascermos; que a nossa razão nada mais é que uma
“folha em branco” onde nada foi registrada, ou uma “tábula rasa” na qual também
não fora registrado nada. Para os empiristas ainda estamos crus, somos como os
diamantes e precisamos ser lapidados, moldados para que possamos assumir nossas
verdadeiras identidades.
Com o decorrer do tempo, através das
experiências que iremos conquistando, esta folha em branco começa a ser escrita
e a tábula rasa gravada, porque a razão só se pode expressar desta maneira,
através do conhecimento e de tudo que adquirimos. Também afirmam que nosso
conhecimento começa com os sentidos e com as sensações, os sentidos através da
visão, do olfato, do tato, da audição e do paladar, já as sensações através do
aroma, perfume, formato.
Todos têm suas razões, e é por este motivo que
reconhecemos o verdadeiro valor da filosofia, que se estende para todas as outras
matérias, por esta gama de saber, do conhecimento, da razão. Quem é contra a
sua própria razão, seja ela inata como alguns religiosos, ou empíricos como
muitos cientistas, mas ambos tem sua verdade, como Platão ao reconhecer que
após a morte retornamos, e cada qual terá a razão que mereça, ou Descarte ao
afirmar que as idéias inatas são conhecidas por intuição de onde parte para
dedução racional e que um ser supremo é quem a coloca em nós, ou seja, escreve em nós estas idéias inatas. Já os empiristas como Bacon, Hobbes, Locke,
Berkeley e Hume, defendem que toda esta razão só será adquirida conforme for
nossa aprendizagem, por que não trazemos nada de conhecimento ao nascermos, e
que temos que ser lapidados e com o tempo armazenamos todo o conhecimento
exterior que formos colhendo.
Chego à conclusão que a experiência pode
explicar muito do que somos, mas também questiono: e a paixão, a fome, a dor, o
medo do desconhecido, a fé, será que tudo isto vem também da experiência, ou é
algo que trazemos conosco logo que nascemos? Quem realmente está com a verdadeira
razão?
CELSO TOLARDO
DE AMORIM.
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